Comecei esse quadro reclamando, eu sei, mas nessa quarta edição tenho uma atualização legal. Se os primeiros meses da organização foram de choro, confusão e desespero, os últimos foram de animação, alegria e empolgação. A parte mais legal desse projeto, para mim, está sendo escolher a parte “estética” da coisa… amo pensar nas roupas, nas decorações, nos detalhes e nas lembrancinhas.
Em um dia qualquer eu estava descansando no sofá da minha sala, quando meu noivo me avisou que iriamos para Miami dentro de 1 mês. Esse comunicado dele me fez sentir uma leve palpitação no meu peito, porque nós temos 6 casais de padrinhos, 3 deles estão em Miami e eu fazia questão de convida-los pessoalmente durante a viagem. Contudo, eu sequer tinha ido atrás da famosa “caixinha dos padrinhos”, além de que, eu tinha uma ideia muito forte do que queria: uma caixa em papelão, com a identidade visual do casamento e personalizado com a aquarela do local da festa.
No entanto, além de eu não ter a caixa, eu não tinha nem ideia do que colocaria dentro e, para fazer a caixa, eu precisava ter as lembranças em mãos… deu para entender, né? Missão impossível. Eu desisti da caixa.
Desisti porque, resolvi, então, pegar uma caixa pronta de madeira e comprar as coisas em Miami (não sabia o que comprar, mas tinha decido sair procurando pela cidade e montar as caixas lá). Mas, um detalhe importante: 1 semana para ir para Miami e eu não tinha nenhuma caixa! Nem ideia, zero… contudo, estava confiante de que tudo daria certo. Eu acho que no fundo eu sabia que acabaria encontrando uma solução.
Até que por habito abri o site da Zara Home e encontrei uma caixa de madeira natural, redonda, com tamanho adequado; coisa mais linda e, atenção!!!, com entrega no BR e em MIA. A primeira vez que a vi, ela pareceu brilhar pela pela do computador, como quem falasse “Oi! Sou eu, sua salvação". Comprei todas que precisava. 3 mandei entregar direito no apartamento lá e 3 mandei entregar na nossa casa aqui.
Preciso corrigir uma informação equivocada que falei no inicio do texto. Eu já tinha comprado um dos presentes dos padrinhos, a única coisa que tinha 100% de certeza que iria compor a caixa: uma plaquinha de latão dourado escovado escrito "Happiness is only real when shared” que mandei fazer. No mais, eu e o meu noivo não concordávamos com nenhum outro presente e, para ajudar, a caixinha tinha que ser unissex.
Para resumir, embarcamos para Miami apenas com as 3 plaquinhas e com a esperança de que as caixas chegassem a tempo e fossem bonitas. Dedos cruzados!
Depois, tudo começou a desenrolar bem. No aeroporto meu noivo encontrou uma miniatura de um whisky que ele gostava e compramos a quantia que precisávamos. Já em Miami, recebemos a caixa e utilizamos o papel que a caixa veio embalada para fazer a forração dela, colocamos a garrafinha do whisky e a plaquinha, mas faltava algo, e não tínhamos muito espaço. Então, perambulando pelo shopping, encontrei na Diptyque (qualidade faz jus à fama, btw) uma vela exatamente do tamanho que precisávamos.




E com todos os itens comprados, voilà! A nossa caixinha estava pronta e, além de funcional, autêntica, nossa cara e mais importante, sem nenhuma informação que remetesse ao casamento. Isso era outro detalhe que eu fazia questão, não queria nada com nosso nome, data da festa ou nome dos padrinhos — a única coisa que queria era a aquarela do local, mas que bom que deu errado!
Mesmo que parece que tenha sido improvisada (porque meio que foi, né?), eu fiquei muito feliz com o resultado final. Eu fazia questão de montar uma caixinha diferente, que fosse útil e remetesse ao nosso estilo. Rafael adora whisky. Eu amo arte, sempre procuro comprar esses objetos decorativos que tenham significado para nossa casa, como a plaquinha que eu escolhi. Além de que a frase faz todo sentido, né? Que graça teria fazer nosso casamento sem esses seis casais comemorando com a gente? E, por fim, nós adoramos velas! Sempre temos um estoque e frequentemente acendemos aqui em casa. Além de que a caixa de madeira natural foi um super presentão e será muito mais útil que a caixa de papelão.
Nada contra a caixa de papelão, eu queria muito uma, ok? Nem com itens personalizados. Se tem uma coisa que eu defendo na minha vida é a liberdade para poder fazer o que a gente bem entender. Eu só estou aqui, contando o que eu queria para mim e tentando mudar um pouco a perspectiva de quando se trata sobre casamento.
Essa indústria é complicada, exploratória, tem seus padrões bem definidos e quer que você siga eles. Mas eu posso dizer com toda certeza do mundo: fazer do seu jeitinho, não cair na teia da indústria, vale muito mais a pena! Pode dar mais trabalho, porque você precisa ficar se justificando e as vezes tendo que fazer pesquisa e curadoria sozinha, mas ter um resultado final que não seja padronizado é muito gostoso!
Entregar as caixinhas para os padrinhos foi muito prazeroso. Adoramos reparar na reação de cada um. Alguns ficaram fissurados no whsiky, outros adoraram a ideia da plaquinha, outros ficaram empolgados com a velinha e alguns amaram a caixa. Mas todos se emocionaram com a cartinha escrita a mão.


Antes de terminar esse texto, quero dizer que a pior e a melhor parte da organização do casamento estão sendo as pessoas! É difícil lidar com o ser humano, com fornecedores e expectativas de terceiros. Mas eu fico com o coração cheio de gratidão e amor em ver nossos amigos felizes pela gente, se empenhando para comparecer na festa e se emocionando conosco. Eu fico sem palavras quando alguém me manda uma mensagem dizendo que comprou a passagem ou enviando foto de vestido ou terno pedindo para eu ajudar a escolher.
Para finalizar, eu gostaria de dizer que celebrar o amor e a própria felicidade é uma experiência enriquecedora, especialmente quando se tem as pessoas certas ao seu lado. E tentar ser um pouquinho autêntico, sem se deixar levar por tudo que essa indústria define como “correto”, faz tudo valer ainda mais a pena: seu casamento deixa de ser uma cópia e passa a refletir, de verdade, quem vocês são.
Beijinhos e até a próxima.
Tô achando tão legal ver seus preparativos! Eu casei em 2021. Quatro anos depois, quando lembro do grande dia, vem muitas lembranças dessa fase também. O dia mesmo passa voando, e a gente fica meio entorpecida haha. O planejamento é cansativo e estressante, mas é também uma delícia ♥️