Eu já comentei por aqui que na época em que namorava meu noivo ele fez faculdade e trabalhou em Miami, por isso — só por isso —, eu vivia indo para lá e passando algumas semanas com ele. Eu nunca na minha vidinha iria viajar para Miami de férias por conta própria, nunca seria minha primeira (nem segunda e nem terceira) opção, nesse mundão vasto de infinitas opções .
Mas ele morava lá e, se quisesse passar tempo com ele, precisava ir para lá. Sei que é um clássico white people problems, uma reclamação de barriga cheia. A cidade sempre foi popular e hypada, além de que muita gente amaria conhecer.
Entretanto, realmente não gostava da ideia, no início. Eu chegava lá e fazia uns programas de turistas e eu sempre me pegava pensando “nossa, mas ele poderia ter escolhido uma cidade melhor”. Melhor, para mim, seria NY: Mais pulsante, repleta de cultura e história. No entanto, conforme os anos foram passando, Miami foi mudando e, de tanto eu ir para lá, eu comecei a ter uma vida de local e o glow up da cidade, aos meus olhos, finalmente aconteceu. Foi aí que entendi: eu não gosto da parte turística de lá.
Apesar de ser quase que uma hater de Miami, eu nunca vou falar que não vale a pena conhece-la, claro que vale. No meu ponto de vista, todo lugar merece pelo menos uma visita.
De qualquer forma, eu fiquei indo e vindo de 2017 a 2020, quando a pandemia aconteceu e eu nunca mais voltei, até esse ano 2025 (2023 eu voltei, mas só passei 24 hrs, por questões logísticas de um voo cancelado).
Apesar de ter me intitulado “hater de miami” eu preciso confessar que estava morrendo de saudade de ir para lá e fiquei muito animada quando meu noivo comprou as passagens. Mais animada ainda fiquei quando cheguei lá sabendo que passaria 12 dias fazendo absolutamente nada!
Essas foram as primeiras férias da minha vida que fiz um monte de nada. E penso que se tivesse feito isso em qualquer outro lugar eu teria odiado, pensado que estava perdendo dinheiro e tempo de vida. Mas lá, ah, lá eu estava vivendo uma vidinha de local: corrida no parque, preparando meu próprio almoço em casa e não num hotel limitado, sauna no spa, academia, reencontrando os amigos, indo nos meus restaurantes favoritos, visitando galerias e descobrindo lojas e pontos que não existiam da última vez que fui.
Ter uma vida de local em Miami, na minha humilde opinião, é a melhor opção para a viagem para lá valer a pena. Não é a toa que eu moraria lá, mas nunca iria para lá a turismo. Única reclamação que tenho dessa viagem foi que, infelizmente, praticamente não tirei foto. Estava tão absorta na minha rotininha de herdeira (o que eu não sou, eram férias!) que nem lembrava do celular ou de posar para alguma câmera.
Eu vim aqui só para registrar minha passada em Miami, que me fez muito feliz e deixar minhas poucas dicas de lá para vocês.
Casa Tua Cucina - Meu restaurante favorito! Toda vez que vou para lá como pelo menos umas duas vezes.
Hakkasan - Restaurante de culinária Chinesa que eu amo! Nunca decepcionou.
Hiden - Não sei se um dia eu volto nesse restaurante (japonês), mas ele é daqueles que eu gostaria de ter o poder de esquecer toda a experiência só para repetir de novo como se fosse a primeira vez. Ele fica escondido dentro de um restaurante de tacos em Wynwood, sem identificação de nada. Você precisa cruzar o restaurante “da fachada” e no final, numa portinha com senha (você coloca o código que eles te enviam por e-mail no dia) a porta magicamente abre, te transportando para um ambiente completamente diferente do restaurante de tacos. O jantar é um Omakase incrível para oito pessoas. Mas, preciso admitir que, para mim, o contraste do ambiente do primeiro local para o segundo é surpreendente e toda a exclusividade e narrativa que eles criam é muito melhor que a comida. Eu realmente me senti transportada para outra dimensão, tanto na chegada, como na saída.





Miami Open - Se você é viciado em tênis, vá o máximo que puder. Eu fui no jogo do João Fonseca com sete amigos, meu noivo e foi MUITO legal! O torneio estava no meu radar, mas não imaginava que seria melhor do que o esperado.



Sagrado Café - Eu, sinceramente, nunca me dei ao trabalho de provar outro. Fica muito perto do nosso apartamento e a comida é uma maravilha. Tenho zero vontade de testar outra opção de cafeteria lá! Que fique bem claro que essa comportamento não é compatível com a minha personalidade, mas nesse caso e nessa cidade, eu tenho certos apegos.
Sixty Vines - Novíssimo, bem decorado, gostoso, váaarias opções de vinho e conveniente. Fica atrás de nosso prédio e eu simplesmente amei! Obs.: não tirei fotos :(
Corrida no parque Museum Park, Bayfront Park e Brickell Key - Gosto de correr e fazer caminhada nesses três lugares, mas dessa vez eu fui na semana do Ultra Music Festival, que acontece no Bayfront Park e eu fiquei com preguiça de passar por lá, muitos espaços estavam interditados para o festival.


Pérez Art Museum Miami (PAMM) - Bato ponto toda vez. Já presencieis exposições incríveis e outras nem tanto, mas é sempre interessante e fica do lado do Museum Park, o lugar é lindo. Vale a pena.



Russell Museum - Melhor surpresa de Miami. Depois do Hiden, claro. Caímos nesse museu sem querer e simplesmente amamos! Muitos artistas famoso expostos lá. Obras lindíssimas, interessantes e que promoveram muita reflexão. (fiquei até com vontade de fazer um post só sobre ele, será?).


Com o passar dos anos, Miami foi se desenvolve mais e mais. Ela não é mais a mesma cidade que conheci quando fui a primeira vez. Além que de, pude observar que ela foi se tornando uma cidade cada vez mais focada em arte. Hoje considero que ela é um ponto de passagem importante para quem gosta de arte, principalmente durante a Art Basel que, inclusive, tenho muita vontade de participar. Quem sabe ano que vem, né?
Puts, confesso que Miami ainda não me pegou. Prefiro mil vezes dirigir três horinhas e cair em Orlando hahahaha! Mas fiquei muito curiosa com as suas indicações. Adoraria conhecer a cidade com outros olhos!